Floriano, PI — Uma professora da rede pública de ensino de Floriano, no interior do Piauí, usou as redes sociais nos últimos dias para compartilhar um relato comovente e preocupante: ela perdeu tudo o que havia conquistado ao se viciar no popular jogo de apostas online conhecido como “Jogo do Tigrinho”.
Em vídeos emocionados, a educadora — que preferiu não ter seu nome revelado — contou como começou a jogar por curiosidade, mas rapidamente foi tomada pelo vício, o que a levou a vender seu carro, sua moto, e até a própria casa. “No começo, parecia uma brincadeira. Ganhei uma quantia pequena e isso me motivou a continuar. Mas quando comecei a perder, achava que precisava recuperar, e foi aí que perdi o controle”, desabafou.
Além da perda de bens materiais, a professora acumula dívidas com empréstimos feitos na tentativa de "reaver o prejuízo". “A gente sempre acha que vai ganhar na próxima jogada, mas a próxima nunca chega. É um ciclo que destrói”, afirmou.
Em conversa com a reportagem, ela disse que decidiu tornar sua história pública como forma de alertar outras pessoas sobre os riscos das plataformas de apostas online. “Eu perdi tudo. Não quero que outras pessoas passem pelo que estou passando. Isso não é diversão, é uma armadilha.”
O caso reacende o debate sobre a regulamentação dos jogos de azar no Brasil e a crescente presença dessas plataformas nas redes sociais, muitas vezes promovidas por influenciadores e celebridades.
Especialistas em saúde mental alertam que o vício em jogos online pode ter consequências semelhantes ao vício em drogas e álcool, afetando profundamente a vida pessoal, profissional e financeira dos usuários.
Se você ou alguém que você conhece está enfrentando problemas com jogos de apostas, procure ajuda. O Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio emocional gratuito pelo telefone 188, 24 horas por dia. Além disso, profissionais da psicologia podem auxiliar no tratamento do vício em jogos.
A professora segue em recuperação e espera, com sua história, abrir os olhos de outros brasileiros para os perigos por trás do que muitos ainda enxergam apenas como entretenimento.
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