Um feto humano foi encontrado na manhã deste domingo (16), por volta das 6h50, em uma área de matagal na Rua João Noleto de Sousa, bairro Vale Quem Tem, zona Leste de Teresina. A Polícia Militar (PM) foi acionada após um motociclista de aplicativo localizar o material entre a vegetação.
De acordo com o Major Carrias, do 29° BPM, os policiais foram informados sobre a presença de um bebê recém-nascido em um terreno baldio. Ao chegar ao local, os agentes constataram que o feto estava enrolado em sacos plásticos.
O motorista de aplicativo, identificado como Adriano Otacílio, contou que havia deixado uma passageira no mesmo endereço na noite anterior. Segundo ele, a mulher pediu para que o veículo parasse, afirmando que iria descartar restos de pizza estragados. O comportamento nervoso da passageira chamou a atenção do motorista.
“Ele estava muito nervoso e não verificou imediatamente a situação, pois era noite e o local estava escuro. No dia seguinte, ele retornou para checar e percebeu que se tratava de um bebê recém-nascido”, relatou o Major Carrias.
A partir do depoimento do motorista, a polícia conseguiu localizar a mulher, cuja identidade não foi divulgada. O local foi isolado, e o Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) foi acionado. A delegada Nathalia Figueiredo, responsável pelas investigações, esteve no local.
Segundo a delegada, a mulher foi ouvida e autuada em flagrante por ocultação de cadáver. “Foram realizadas diligências e conseguimos localizar a possível genitora. Ela foi autuada, a fiança foi arbitrada e, após o pagamento, foi liberada”, afirmou. A confirmação do crime se deu a partir do relato do motorista, que colaborou com as investigações.
Conforme Figueiredo, a mulher teria dado à luz na madrugada de sábado, permanecido com o feto em uma sacola, seguido para o trabalho normalmente e, ao final do expediente, solicitado um carro por aplicativo. Próximo à sua residência, descartou o feto dentro de um saco preto.
“A investigação continua para esclarecer as circunstâncias do nascimento da criança. Precisamos apurar se ela nasceu morta, possivelmente por aborto espontâneo, ou se houve crime. Também é necessário verificar se, caso tenha nascido viva, morreu logo em seguida, ou se houve alguma conduta criminosa”, explicou a delegada.
Requisições foram encaminhadas ao IML para esclarecer a causa do óbito, e a mulher passou por exames para confirmar se havia passado por trabalho de parto ou utilizado algum abortivo. Outras testemunhas devem ser ouvidas nos próximos dias para subsidiar as investigações.