A polícia Civil do Rio desencadeou uma operação para prender suspeitos de envolvimento na morte de três meninos que desapareceram, no fim de 2020, na comunidade do Castelar, em Belford Roxo, município do Rio de Janeiro. Ao menos 18 pessoas foram presas. Outros 15 alvos já estavam detidos.
A ação policial, iniciada na manhã quinta (9), conta com 250 agentes e visa cumprir 56 mandados de prisão no inquérito conduzido pela DHBF (Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense).
Segundo os investigadores, Lucas Matheus da Silva, 9, seu primo Alexandre da Silva, 11, e o amigo deles Fernando Henrique Soares, 12, foram mortos por terem roubado passarinhos de traficantes da comunidade.
De acordo com a corporação, o mandante da morte das crianças teria sido Wiler Castro da Silva, o Estala, que teria chefiado uma espécie de tribunal do crime que determinou o assassinato dos meninos após eles terem supostamente roubado as aves.
A punição aos garotos no tribunal do crime, porém, teria sido definida sem que as lideranças soubessem que os autores do furto eram crianças menores de 12 anos.
De acordo com informações publicadas no Metrópoles, uma testemunha contou que ouviu quando “Estala” assumiu ter matado as crianças. “Nós pegamos as crianças, matamos elas, elas estavam roubando no morro, pegaram o passarinho do meu tio para vender na feira”, teria dito o traficante.
O Metrópoles detalhou, ainda, que, de acordo com a polícia, as crianças sofreram uma sequência de espancamentos como castigo. Uma delas teria morrido durante esta sessão de tortura. Os outros dois foram mortos na sequência.
Após o desaparecimento, que despertou a atenção da mídia e da polícia, Estala foi chamado ao Complexo da Penha, na zona norte carioca, e morto com autorização da cúpula do Comando Vermelho de dentro de um presídio, dizem os investigadores.
As mães dos meninos têm mostrado descrédito em relação à hipótese da polícia e suspeitam da milícia que atua na região. Elas afirmam que seus filhos não roubariam passarinhos. Também criticam a lentidão na resolução do caso e alegam que a polícia demorou a agir no início.
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