A Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi) realizou um balanço de atendimentos para a população em situação de rua em Teresina e apontou um aumento de 26,8%, nos últimos quatro meses deste ano comparado ao mesmo período do ano passado. Somente entre janeiro a abril deste ano, foram registrados um total de 7.266 atendimentos para a população em situação de rua, já no mesmo do ano passado, foram 5.726 atendimentos.
Estes número são correspondentes aos atendimentos realizados no Centro de Valorização para a População em Situação de Rua, que foi inaugurado em agosto de 2021. Nesta unidade funcionam: o Centro Pop, o abrigo Casa do Caminho e a equipe do SEAS (Serviço Especializado em Abordagem Social).
De acordo com Allan Cavalcante, secretário da Semcaspi, o número crescente de atendimentos a população em situação de rua pode não corresponder ao aumento de pessoas em situação de rua.
“O principal ponto que reflete o aumento no número de atendimentos é a adesão deste público vulnerável aos nossos serviços. Com a inauguração do Centro de Valorização para a População em Situação de rua, conseguimos oferecer os serviços que já existiam, mas ir além deles, implementando o que era necessário para promover qualidade de vida a esta população, como: banheiros, lavanderia, refeitório, auditório, momentos de lazer e também melhoramos o que já era oferecido, como os dormitórios e a estrutura de todos os serviços da unidade, principalmente, por reunir em um só lugar todos os serviços voltados para a população em situação de rua”, explicou.
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Allan Cavalcante reforça que é por meio das abordagens sociais que a população em situação de rua passa a conhecer os serviços, no entanto, é necessária uma adesão espontânea por parte dos abordados.
“É importante ressaltar que estes serviços precisam ser divulgados ao máximo, para que mais teresinenses saibam que existe e assim como os nossos agentes de proteção social (APS), informe aquela pessoa que está em situação de rua. É um trabalho coletivo. A única forma que temos para acessar estas pessoas é sensibilizando, até porque a assistência social não pode obrigar essas pessoas a aderir ao serviço. É um trabalho que existe cautela e respeito para este público que já está em vulnerabilidade social”, ressaltou.
AUMENTA EM 50% NÚMERO DE ACOLHIMENTOS
A Casa do Caminho, que antes da pandemia da Covid-19, era um serviço apenas para pernoite, passou a ser um abrigo que acolhe temporariamente as pessoas em situação de rua. De janeiro a abril deste ano, foram registrados 228 acolhimentos na unidade, já no mesmo período do ano passado, este número era de 149 acolhimentos. O que representa um aumento em 50% do número de acolhimentos registrados na Casa do Caminho.
“Atualmente, acolhemos cerca de 50 a 70 pessoas em situação de rua. É um serviço que oferece aos acolhidos três refeições principais e lanches entre as refeições. Além de toda uma oferta de serviços que promovem dignidade a estas pessoas, que de tamanha fragilidade, já não conseguem olhar para si. A Casa do Caminho é uma opção de acolhimento temporário até que a pessoa possa se reorganizar e buscar novos caminhos”, pontuou.