Frank Willians de Paula Souza e Marques, um homem de 31 anos que alega ser ex-integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC), iniciou uma série de postagens em uma rede social desde segunda-feira (16/10), na qual compartilha informações sobre sua suposta participação na facção e alega que está sendo ameaçado de morte. Em seus vídeos, ele incentiva jovens a evitarem o mundo do crime e relata que ocupou cargos de liderança no grupo.
Segundo Frank, ele decidiu compartilhar sua experiência para alertar a juventude e também porque teme por sua vida. Ele alega que a facção não permite que ex-membros saiam, e, ao compartilhar os vídeos, ele estaria violando as regras da organização.
O suposto ex-integrante do PCC também lançou uma campanha de arrecadação de fundos online, com o objetivo de obter R$ 10 mil para fugir do Brasil e evitar a suposta sentença de morte imposta pelo grupo. Até o momento, ele havia conseguido arrecadar R$ 7.901,39.
No entanto, Frank não tem um apelido criminoso registrado no sistema da polícia, uma prática comum entre membros de facções para dificultar investigações. Além disso, o histórico criminal de Frank é relativamente leve, com apenas um breve período na prisão por roubo qualificado e outros processos menos graves.
Nos vídeos, Frank alega que já foi líder de uma das "sintonias" do PCC, que são divisões internas da organização. No entanto, não há registros que confirmem sua afirmação, e um organograma desenvolvido a partir de investigações oficiais não lista uma "sintonia" com o nome mencionado por ele.
O ex-suposto membro do PCC também descreveu duas maneiras de deixar a facção: ficar doente a ponto de ser incapaz de atuar no mundo do crime ou se converter a uma religião. Ele alega ter sido banido do grupo por suposta traição devido à divulgação de seus vídeos.
As postagens de Frank em suas redes sociais ganharam grande visibilidade e receberam apoio de algumas pessoas preocupadas com sua situação. No entanto, autoridades policiais e da Justiça acreditam que ele decretou sua própria sentença de morte ao mencionar o nome da facção, mesmo que não faça mais parte da organização criminosa.
Frank, que também atuou como MC usando o nome artístico de Gabriel Neblina, tenta alertar sobre os perigos da vida no crime e buscar apoio para sair do Brasil, temendo por sua vida caso seja localizado pela facção.